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Não. Não te mato.
deixo-te fluir como se eu visse beleza na vida. até que vejo, quando em vez, posto que também faço de algum modo parte de tudo que é natural. seria muito mais fácil se apenas as coisas naturais me atraíssem. mas o que não é de deus, afinal?
lembro-me da despedida, de alguém que pouco conheço. havia dança, ritual, xamanismo, andinos. instrumentos cujo nome desconheço. os movimentos do corpo voltando às suas raízes misturados à luz estroboscópica que quase me rendeu um ataque epilético. viva o globo e a sua alisação. não vivam os falsos sábios, os quais, afundados em seu ego, nada mais respiram. a não ser aquele restinho de pó que sobrou na nota de dez reais.
estou sendo sincero contigo; o máximo que posso ser. juro que tento deixar as coisas fluírem naturalmente, por menor que seja a idéia que eu tenho disso.