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I
almejo ter a tranqüilidade do descrente
face à finitude do sopro humano

II
eu quero o sorriso dos poucos
um sorriso-tatuagem
que de tão natural não se perceba a cicatriz
e que de tão sofrida não se perceba a felicidade
que se desponta por trás do vidro
- olhos cansados, mão dormente -
e que de tão espontânea
não seja frívola a poesia de toda uma vida
escreva agora
e cale-se para sempre.