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O estado vegetativo só aumenta. Já não tenho mais palavras com quais poderia encher esse papel vazio, essa tela branca. Alguns segundos passam, o cérebro pára por um momento de funcionar. Demora para assimiliar as informações, mas uma hora eu consigo. Finalmente. Ao menos uma parte do todo já não me é tão mais borrada... E a pior coisa do mundo, às vezes, é enxergar com clareza.
Dor nos olhos, de novo. Corpo fraco, ah, esse corpo... Corpo maldito. Quero ser apenas energia, somente algumas partículas. Chega de matéria, de pensamentos, puta que pariu! Estou farto, cansado, estufado até o rabo de infelicidade. De tapa na cara. Pra mim, chega.
Que merdas são essas que eu estou escrevendo? Nem eu mesmo sei. Não sei nem o meu nome, porra. Sou apenas um personagem inventado por uma menina estúpida que acha que está fazendo ficção apenas por não falar diretamente ao leitor. Pior, uma manceba que acredita ter leitores. Coitadinha. Mas eu engano alguém?? Ela engana alguém? Hein? HEIN???!!! Não. Não. Merda.
Não adianta. Sei lá meu nome. Foda-se o meu nome. Por enquanto, continuarei existindo, pois quem me inventou deve ser teimoso e burro pra cacete - tem uma mania imbecil de persistir nas coisas em que acredita que darão certo.

3 comentários:

mary disse...

Escrever indiretamente? É fazer ficção! Porque eu não pensei nisso antes? Muito boa a idéia. Li 3 textos daqui, adorei.Totalmente "o mundo de sofia", já pensou em escrever um livro? Textos ousados, mas eu gostei, como já disse. rsrs, te espero na minha página, já vou indo..

Mah disse...

Eu gosto dos seus textos.Gostei principalmente desse,adoro personagens revoltados =)

Musica e Disciplina disse...

EHEHEH
Tb adoro
Personagens furiosos e revoltados são cativantes!!
Me lembra um pouco o Vincent Price!
Só que mais engraçado! Pq a personagem ainda "chinga" o leitor!