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eu parei, que é pra ver se movimento mais, buscar vida onde não tem. eu tento morrer, que é pra ver se você me ajuda a pulsar com mais intensidade ainda, e eu irrito, irrito, irrito, sem soltar da mão da criança, pois quando soltar é morte na certa. é morte todo dia, é morte na própria vida que escolheu não fluir e é muito mais fácil a gente ficar aqui, vitimando. no tempo em que estive fora meu cérebro ainda esteve dentro e eu pensei, pensei, pensei. vou escrever o livro do defunto pra você, espero que goste. vou prepará-lo com todo o carinho do não-editor, extendendo-me em cada resto de tinta fresca, pra ir morrendo menos. repito-me pra ficar na sua memória fugaz de não-leitor que é.
preciso encadernar meus dias.

9 comentários:

Alisson da Hora disse...

encadernados os dias estamos prontos pra ler a vida?

=) adorei, só pra variar...

beijos!

Camila S. disse...

Dias encadernados, a composição do manuscrito para o livro da não-morte.

Letícia Losekann Coelho disse...

Adorei ;) Encadernar dias, encadernar o amor... Para não ser esquecido e sim permanecer vivo nas letras.

Beijos guria!!

Débora Didonê disse...

como diz rita lee, 'a morte não é mais do que mais um a menos'. a cada dia morremos, mas podemos viver por uma vida inteira.

Anônimo disse...

Hey!
Só passando pra avisar que continuo lendo e gostando de seus textos, só não vinha comentando pois não conseguia pensar em nada construtivo

Aline Zouvi disse...

Guilherme, não precisa ser nada construtivo. A comunicação em si já é algo que me basta, e como basta. Sou muito grata por você continuar voltando aqui. :)

Isabelle disse...

oiiii logo mais farei um site e colocarei o link do seu blog^^
vc escreve muito bonito (e difícil de entender de primeira!).
bjusssss

Nathalie disse...

Aline, obrigada pelo comentário em meu blog, é sempre bom ouvir alguém completamente estranho..

Não lembro ao certo como cheguei nestes seus escritos, acho que pulando de blog em blog, esses labirintos cibernéticos... Enfim, gostei muito dessa chegada aqui, não tenho críticas, gosto do jeito que vc escreve, gosto como sempre escreve sobre o ato de escrever. Me pareceu, lendo posts bem antigos, que vc criou um personagem aqui, mas quando vc fala sobre o ato de escrever é um outro que fala, que se sobrepõe a esse inventado, que se revela sem querer... Não importa muito quem é quem, somos um e todos, fatos ou imaginados...

Passe por lá mais vezes!

Desculpe esse comentário imenso!

Anônimo disse...

maravilhoso.