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de amor em amor
vou construindo meus pulmões
de cigarro em cigarro
fortalecendo meu câncer
amoroso
tão leve e belo
o vento mortal
e os papéis voando
pijama velho e café ralo
na mesa à qual você nunca se sentou
ler um jornal que não me agrada
redigir e digerir com as teclas
o pão amassado pela minha não-experiência
das coisas mais simples desta vida
pensar - e pesar, com a consciência que me resta -,
as atitudes que não tomei.

3 comentários:

Anônimo disse...

Fazia tempo que eu não comentava aqui...
Mas enfim, um belo texto, Aline, que veio ao encontro de algumas considerações análogas que vinha fazendo, porém sem tanta poesia xD

Estevão disse...

vais construindo um silêncio, de som em som, belamente.

Camila S. disse...

me tocou forte a alma, belíssimo.