i
telas penduradas
- enforcadas em sua condição de arte -
causam-me espanto e vertigem.
arrepios excitados, inúteis, constróem e removem revolvem reviram a lembrança-lama.
ii
o mundo é máquina de fazer lembrar
engolir, salivar, desenterrar e remoer
as nossas piores dores.
7 comentários:
às vezes o nosso impulso para se sentir mal consegue ser ainda pior que as casualidades da vida. tem gente que coleciona tristeza, e, bem, não se desfaz nunca mais delas.
Disseram-me uma vez que a arte é o espelho dor...
aí respondi: "também"
eu acho que a poesia é o Espelho.
sempre tenho essa sensação quando venho aqui.
Precisamos dessa lembrança para mudarmos o caminho enquanto ainda parece possível.
Geniais os seus versos, Line.
estes números nublaram teu poema.
cinza e bonito.
Forte esse I.
ê Zouvi;
se você me conhecesse eu diria que escreveu o II pra mim...
Mundo
Máquina que enferruja
Mas não para
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