Parece contraditório - as horas mais especiais dos meus dias são aquelas em que estou semi-consciente do que se passa à minha volta, e ao mesmo tempo atento como nunca. O torpor é incontrolável, tarde demais quando sinto sua presença. A dormência chega, as veias do pescoço começam a latejar e o mundo(?) forma-se sob uma nova ordem em minha mente. O medo nunca vai embora; medo bom, às vezes. Minha vista fica borrada e o tempo parece não fazer mais sentido. O sentido parece não fazer mais tempo.
Os pés se enroscando em sincero carinho, no chão sujo, as mãos segurando firme nos canos presos ao teto, a janela aberta e o vento e a fumaça já com ar de familiariedade. Os pelos, os dentes, as roupas, o cheiro, tudo grita pra mim, enquanto tento acordar deste sonho que não poderia ser mais real.
No concerto não foi muito diferente. Nomes estranhos, harmonias desconhecidas e a luta para continuar sóbrio, para não me perder dentro de mim mesmo. Fecho os olhos para tentar entender a música, mas não consigo. Toca-se uma partitura que ficou perdida por oitenta anos em uma biblioteca dinamarquesa. Bohuslav Martinu encontrou seu "filho perdido". Continuo não entendendo nada. Aprecio enquanto há tempo.
Os pés se enroscando em sincero carinho, no chão sujo, as mãos segurando firme nos canos presos ao teto, a janela aberta e o vento e a fumaça já com ar de familiariedade. Os pelos, os dentes, as roupas, o cheiro, tudo grita pra mim, enquanto tento acordar deste sonho que não poderia ser mais real.
No concerto não foi muito diferente. Nomes estranhos, harmonias desconhecidas e a luta para continuar sóbrio, para não me perder dentro de mim mesmo. Fecho os olhos para tentar entender a música, mas não consigo. Toca-se uma partitura que ficou perdida por oitenta anos em uma biblioteca dinamarquesa. Bohuslav Martinu encontrou seu "filho perdido". Continuo não entendendo nada. Aprecio enquanto há tempo.
2 comentários:
Já zumbiam aqueles famosos rapazes: "living is easy with eyes closed"
Mas precisa entender? :)
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