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A música que eu ouço no momento vale por todas as músicas do mundo. O cigarro que fumo. Os amores que eu tenho. Os amores que eu não faço. As palavras que não escrevo. Os minutos que passam por mim. Os olhos que fecham em devaneio. A fumaça que eu respiro. O som que nunca ouvirei. As vidas que já tive. Os jogos que fazem parte da minha vida. As pessoas que nunca verei. A boca que não vai me beijar. As tatuagens que ainda esperam pra vestir meu corpo. O fôlego que ainda não perdi. Os passos dados. Olhares perdidos. Pensamentos livres e os ainda acorrentados. Os movimentos que meu corpo ainda não fez. A dança latente. Tudo em mim, e o mundo nunca em mim, e eu nunca no mundo.

4 comentários:

Camila S. disse...

Estamos flutuando, o que seria ótimo se não houvesse o medo da queda. Mas que venha, que dance a fumaça e nos trague a música, não há tempo pra ter medo.

Daniela Paulinelli disse...

Plenitude...ainda que por um instante...
Muito bom.
Abraço.

H. disse...

Perfeito, Aline... perfeito. Tudo o que corroi as minhas entranhas é exposto por você.

Peço desculpas pela demora, tem me faltado disposição. Mas responderei, sim, tenha certeza.

Segue, ademais, o link dos meus escritos ridículos.

Um abraço vazio,

Henry

Natália das Luzes disse...

A música tem esse poder mesmo