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ode à matéria

ode falsa; necessidade.
eu preciso da matéria. do papel de jornal, do livro empoeirado, do vinil mal-cheiroso, do cd novo, do postal carimbado, do vidro de perfume, do porta-níqueis, do pincel de barbear, dos botões (ah, os botões), das teclas, das válvulas, das correntes, correias, das tintas.

2 comentários:

Anderson Lopes disse...

Preciso de tudo que me deixe conectado
A este mundo se sem conexão
(ah, os botões)

F. Carolina disse...

Identifico-me com toda esta materialidade... ainda mais com aquele papel de drops ganhado, a caneta preferida, a borracha imortal que ainda não se perdeu...

Certos objetos nem precisam de palavras para serem poesia.

Adeus cinza! xD